A mesma Direita
coxinha que diz “somos todos macacos” cospe na cara de haitianos e vibra com a
morte do povo das favelas. Ou seja, ela é de um cinismo incurável. Um
prontuário vivo. Caso de polícia.
A Direita nacional se transformou numa máquina de produção em massa de cretinice, banditismo intelectual, terrorismo ideológico e deboche ao senso de civilidade. Aceitar e assumir as concepções e a visão(imunda) de mundo da Direita é em si um ato criminoso contra a espécie humana. Ela não precisa de fuzil ou pistola para matar. Ela mata com editoriais da grande imprensa, blogs e redes sociais.
A Direita nacional se transformou numa máquina de produção em massa de cretinice, banditismo intelectual, terrorismo ideológico e deboche ao senso de civilidade. Aceitar e assumir as concepções e a visão(imunda) de mundo da Direita é em si um ato criminoso contra a espécie humana. Ela não precisa de fuzil ou pistola para matar. Ela mata com editoriais da grande imprensa, blogs e redes sociais.
O mais novo
triste espetáculo foi oferecido quase que na calada da noite de um domingo (27/04/14).
Nem bem o Daniel
Alves havia terminado de mastigar a enorme banana que um imbecil lhe arremessou
lá na Espanha, e aqui nesses cafundós, imbecis do mesmo quilate (ou pior) do
torcedor já se aprontavam para demonstrar a mesma falta de ética e decência.
Arregimentados
por uma agência de publicidade, líderes dos Coxinhas reuniram a família (sempre
ela), posaram para fotos, mostraram indignação, sem nenhuma espontaneidade,
forçando na nota – nunca o cigano Igor inspirou tanta gente ao mesmo tempo.
Ao amanhecer, já
havia uma mega campanha pelas redes sociais vendendo camisetas, com o líder-mor
dos Coxinhas com aquela indefectível cara de revolta e luto, como principal
garoto de programa, isto é, propaganda. Um troço de doido.
E tudo apoiado
pela organização criminosa de contra-informação, instrumento global do fascismo
tupiniquim, a rede mafiosa e asquerosa que apoiou e apóia golpes (aqui e acolá)
e que nem preciso dizer o nome...
A Direita
Coxinha é assim. É a cara dos liberais brasileiros. Hipócrita até a medula. Uma
fraude em forma de partido político. Só adere a supostas causas populares se
isso lhe possibilitar vultosos lucros. A Direita em nada difere dos gigolôs. E
olha que este é até capaz de se apaixonar – lembremos de Tim Maia. A Direita
não. Ela é fascista entre quatro paredes, nas relações privadas, na esfera da
mesa e da cama. Em público ela consegue ser pior. Ela é mais do que fascista.
Ela chega a apelar para formas primitivas e psicóticas do nazismo. E mais grave
ainda: salta no tamanco quando alguém lhe chama de fascista e nazista!
Com o racismo é
a mesma coisa: a Direita é francamente racista, abomina a Universidade que se
abre para negros (“eles a estão levando para o buraco”), não pode ouvir falar
de alguém que denuncie racismo (“isso é coisa de imbecil”, “um absurdo”, “ditadura
do politicamente correto(sic)”), tem a coragem de afirmar que não existe
racismo porque “a biologia já mostrou que não existem raças”, pinta e borda,
mas só não admite uma coisa: que alguém diga que ela é racista.
O caso da
repercussão da banana comida pelo Daniel Alves é exemplar. Vejam que a questão do
racismo em si, seja no futebol (nacional e internacional) ou na sociedade,
passa em branco. Os pontos cruciais da questão são jogados no ralo do senso
comum. O que importa é estetizar o problema que é eminentemente político e
social. O racismo do torcedor é apresentado como um típico ato de “falta de
educação”, traquinagem de um “imbecil”. O remédio: muito artista global,
pagodeiro e socialite posando para foto com camiseta, fazendo biquinho, com
olhar de revolta e com arzinho do tipo: “Racismo
não! Ui, não tá com nada, isso é coisa de gente boba e feia. Ai ai ai....!”.
Mas em outras
situações, o comportamento da Direita é completamente diferente. Quando o
assunto do racismo aparece no quintal dela ou lhe bate à porta, a falta de
caráter passa a dar o tom.
A lamentável e
desprezível bandeira #somostodosmacacos cai por terra quando se joga não
bananas, mas sim bombas, granadas, tanques, pedras e tiros na população negra
das favelas.
A Direita que
engole banana é a mesma que não admite médicos negros cubanos trabalhando em
nossos hospitais e tendo a audácia de vestirem jalecos brancos e serem tratados
como “doutores”.
A Direita que
diz ser igual a macaco, abomina a vinda de imigrantes haitianos, chamando-os de
dejetos e figuras que “só enfeiam a cidade”.
A Direita que
veste a camisa do Coxinha global não suporta as cotas raciais. Festeja a
matança de negros e negras nas favelas. Apóia a tortura de favelados. Finge ignorar
a política de limpeza étnica dos aparelhos repressivos. Dá de ombros para as
Cláudias e Amarildos das periferias.
É a mesma
Direita que se diz “representada” e “protegida” pelos esquadrões da morte. Que diz
aos gritos que tem que subir a favela dando tiro mesmo, porque “com essa raça é
assim!”.
É a mesma
Direita que é a favor da pena de morte e repressão dura para “bandido do morro” (e, se não tiver na lei, que mande bala mesmo),
mas que acha um absurdo algemar colarinho-branco.
A Direita que
chorou por Mandela e “abraçou” a causa do Daniel Alves é assim. Ela tem a mesma
postura do Capitão do Mato que antes de começar a trucidar e matar escravos no
tronco, a base de chibatadas, tinha o costume de rezar para Nossa Senhora
pedindo a proteção contra os “homens perversos”...
Leonardo Soares é historiador. E não é macaco.
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