sábado, 28 de setembro de 2013










É incrível o que se passa no cérebro (!) do Guilherme Fiúza - o queridinho da Narcisa Tamborideguy – que bate ponto numa revista e jornal para babar e espumar de raiva contra os governos petistas. Como se os governos petistas tivessem inventado a corrupção no Brasil (vejam meus senhores e senhoras, o PT teve o mérito de inventar “A” Corrupção num país como o Brasil no século XXI, isso mesmo, nessa mesma terra de Vera Cruz avistada por grumetes portugueses em 1500. Então, é isso, esse mesmo país na visão desse camarada (êpa) veio a conhecer a corrupção em 2003. É mole ou vocês querem mais???....), como se os petistas encastelados no poder tivessem miraculosamente inventado um Estado grande, ineficiente; um sistema político clientelista; que tivesse engendrado mecanismos como familismo, garantismo, compadrio, nepotismo.

E esse satânico partido foi, entre tantos outros crimes, capaz de roubar o Brasil. Roubar não apenas no sentido vulgar que equivale ao ato de meter a mão no dinheiro público – não se assustem caros e caras, o sujeito é tosco mesmo... – mas meter o país, seu povo, seus poderes, seus símbolos, sua história, o pré-sal e até o STF no bolso. Num bolso qualquer de um paletó, quiçá numa cueca.

Mais impressionante ainda é como ele caracteriza a subida ao poder desse partido: fazendo política? Ganhando eleições, reconhecidamente limpas, com ampla maioria, de maneira incontestável, com candidatos eleitos e reeleitos? Não!, não e não. Conseguiu através de golpes. Mas como? Com golpes através de eleições. Peraí, vamos lá: vocês entenderam alguma coisa???? Eu confesso que também não, mas por um estranho fascínio por coisas mórbidas e bizarras eu topo o desafio de dissecar mais um pouco a grotesca e fantástica mentalidade expressa na última reflexão(sic) do Sr. Guilherme Tamborydegui. Mas só mais um pouquinho, até aonde o meu estômago agüentar.

É realmente impressionante a perspectiva histórica do Sr. Fiúza. Uma perspectiva cuja riqueza, amplitude e profundidade não deve em nada a qualquer poste da esquina. Num texto intitulado, quase que em termo s autobiográficos,  “A Primavera burra”, o dublê de jornalista e escritor (recentemente escreveu com grande senso de oportunidade uma biografia do Reinaldo Gianecchini, logo após esse ter se recuperado de um câncer...) continua descascando o governo petista e desfere, como se tornou comum nos últimos três meses, petardos contra as manifestações de rua que varreram o país.

A aceitação dos embargos infringentes pelo decano Celso de Mello (um “golpe vexaminoso”) e o silêncio que se seguiu por parte da turba que gritava contra os 20 centavos dos ônibus serve para essa criatura acusar a massa que luta contra tudo (e tudo, segundo uma equação parida pelos dois neurônios da sua mente baldia, “é igual a nada”) reclamar da seletividade da indignação popular.

Fiúza não gosta da massa. Principalmente se ela comete a ousadia e insanidade de cobrar o cumprimento de direitos básicos, expressos inclusive na Carta constitucional. Mas concede a ela uma exceção: contra mensaleiros pode protestar. Ou seja, contra o PT.
A zombaria do STF contra o país inteiro, aliviando os maiores assaltantes da história da República, cujo grupo político por acaso governa o Brasil, é a causa das causas. É para cercar os palácios da Justiça Federal em todo o território, é para, aí sim, parar tudo e avisar que isso aqui não é a casa da mãe Dilma e de seus companheiros parasitários.

 Mas o que se viu? Relata desolado o histriônico anti-petista e anti-povo:
Os bravos manifestantes da Primavera Brasileira de 2013 assistiram ao novo assalto, como diria Anitta, ba-ban-do.

Mas, ora, seletividade é um direito que cabe a qualquer cidadão. Menos quando o assunto é Justiça, cumprimento da lei, julgamento de ilícitos, condenação de bandidos. Quanto a isso não pode haver diferença de tratamento, dois pesos e duas medidas. Não, isso nunca. Mas a seletividade no sentido de optar por uma ou outra pauta, isso é um direito inalienável de qualquer um.

Por que se isso fosse colocado em questão, teríamos que começar a questionar o próprio Narciso Fiúza. Sim, vejamos:

Onde estava a indignação do Bravo Fiúza durante o escândalo da compra de reeleição?





Onde estava a valorosa e genuína indignação de Gui quando dos escândalos da Privataria tucana? O maior escândalo da República, o maior de toda sua história, onde ele estava?

O que escreveu Guilherme sobre o mensalão mineiro?

O que Guilherme sentiu quando viu Marco Aurélio e Gilmar Mendes concederem habeas corpus para Cacciola, Daniel Dantas e a funcionária que sumiu com o processo em que a Globo foi finalmente condenada a pagar à Receita Federal uma multa que dá para encher uma penca de carros-fortes?

Onde estava Guilherme, furioso na sua crítica à sangria de dinheiro público, á ação das ONGs piratas, à boquinha do Ministério do Trabalho etc etc, para falar dessa sonegação global? Onde estava o Sr. Tamborindegui para chorar por essa dinheirama que poderia (mas não foi) ter sido investida numa escola, num hospital, no concerto de uma ponte, no melhoramento de uma estrada, na melhoria dos salários de professores, médicos, policiais e demais servidores públicos, ou ao menos a compra de gazes, esparadrapo e fraudas geriátricas? Onde estava você e sua fúria elitista Guilherme, onde?

Onde estava com essa cabeça e seus parcos neurônios em funcionamento quando estourou o escândalo do cartel do metrô de São Paulo? Onde estava você para falar do mundo real, onde empresas se organizam em verdadeiras quadrilhas para subornar governos, com o fito de prestar serviços de péssima qualidade e não serem punidas com isso e ainda ganharem rios e cachoeiras (êpa) de dinheiro, lucrando com a humilhação cotidiana de trabalhadores, estudantes e aposentados paulistanos, cuspindo assim na própria cidadania dessas pessoas, vilipendiando o seu próprio direito de ir e vir (com conforto e segurança – aliás, um direito que ele tanta preza, ou finge prezar...)? Onde você estava numa hora dessas Fiúza, onde você estava num momento em que as empresas mostram ao que vieram: destruir a saúde e dignidade dos cidadão brasileiros, sequestrando para isso os governos? Onde você estava? Estava se escondendo no Intestino Milênio, aquele sustentado por empresas e que alardeia que os governos e o Estado são obras de Satanás??? Ou estava com seu colega de Intestino, o Merval e o FHC tomando chazinho bem longe dos pobres lá na Academia dos Imortais (que já morreram há muito tempo...)? Celebrando os oito anos de desmonte de um país....





Onde estava o seu ódio com uma justiça que - segundo ele - não funciona e é aparelhada pelo PT quando a Procuradoria da República engavetou todos os processos envolvendo tucanos? Onde ele, sua indignação e os seus relapsos neurônios estavam quando o governo do Príncipe da Privataria engavetou processos contra as privatizações e mandou sepultar CPIs para investigá-lo?



Onde está a sua calculadora para contabilizar o volume de dinheiro envolvido nos escândalos de oito anos de desgoverno tucano? Volume este que comprova o que foi o maior assalto da história desta República. Onde está a sua tabuada? Ou o seu apreço pela matemática é o mesmo da Narcisa? Se isso for: Ai, que loucura!

Mas o que é pior é a insistência do colonista em desqualificar os manifestantes e suas ações de protesto. Segundo ele o civismo desses consiste em “quebrar vidraças”, esculhambar o trânsito a qualquer hora do dia, ameaçar e “rosnar” contra artistas de cinema, promover uma “Primavera burra” e outros impropérios. Ou seja, os manifestantes são caracterizados como animais, psicopatas, selvagens, terroristas, bandidos, delinquentes, vadios. Mais um pouco e tenho a impressão que o colonista começará a defender o uso não de spray de pimenta (sendo o uso dele ridicularizado por ele também, como uma coisa boba), mas da chibata e do tronco mesmo.

Mas toda essa gente busca, a partir de meios e formas várias, muitas limitadas certamente, mudar esse país. Querem governos mais eficientes, o que equivale a dizer principalmente: servir ao interesse público e não à delinquência das empresas da iniciativa privada que sequestraram o Estado brasileiro.


É disso que se trata. E isso é assunto da sociologia, da ciência política e da história. Mas a ideologia de alguém que condena e criminaliza tudo isso já é uma outra questão: é caso para inspeção sanitária, em especial a que cuida de mentalidades infectas e com alto teor fecal. 










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