terça-feira, 23 de julho de 2013

Páginas da quadrilha Global







Leilane Nuebart talvez tenha sido a jornalista que mais penou nos últimos dois meses. Suas imbecilidades e chavões reacionários foram prontamente desautorizados por estudiosos e especialistas que se pautam não em preconceitos, ignorância e estupidez elitista (como o da patética jornalista), mas em pesquisas, dados e levantamentos.

Era nítido o seu desconforto com as manifestações de protestos e manifestações populares clamando por direitos e pedindo por justiça, pelo restabelecimento da dignidade. Exigindo um basta a tanta humilhação e pilhagem perpetradas pelas classes políticas e grupelhos da média e grande burguesia brasileira.

Leilane deve ter imaginado assim que os levantes começaram a pipocar. “É triste, mas vai ser fácil debelá-los. Basta qualificá-los como vândalos, baderneiros, terroristas, anti-democráticos, aberrações humanas, bestas, bandidos  etc.”. Deve ter imaginado que não teria liga, adesão. Era só se servir do inventário de termos já largamente utilizados pela Rede Esgoto de Televisão contra outros movimentos sociais (como o MST) e os moradores de favelas. E pronto. Essa escória voltaria para casa, onde é o seu lugar depois de cumprida a sua jornada de trabalho. Onde ela pode exercer o único direito que lhe é garantido: assistir as novelas e noticiários do plim-plim. Simples assim.

Mas não foi assim que tudo se passou.....

E além de tudo, a brava repórter teve que aturar e recepcionar especialistas e estudiosos que ganham a vida refletindo sobre as questões relacionadas com os protestos. Ao contrário de muitos jornalistas, que ganham a vida ignorando a realidade (talvez por viverem encurvados, olhando pra baixo, de modo a comer seu delicioso capim...).

Era nítido também o seu desconforto com o que era falado por aqueles agentes. Por pouco ela não deu faniquitos, tentou interromper o quanto pode quando se sentia contrariada em seus dogmas reacionários e medievais. Mas essa ralé pode ir às ruas? O povo tem direito de protestar? Nossa democracia não é só representativa, mas fundamentalmente participativa? “Meu Deus, que nojo, que país é esse????”

Pobre Leilane....

Mas Leilane, não desanime. Para ser jornalista da Global, tu cumpres um requisito fundamental: ter sempre a falência múltipla dos neurônios quando se trata de discutir com profundidade as questões sociais desse país.







Leonardo Soares é historiador e passa bem, embora ainda precisando de cuidados (de uma enfermeira se possível), depois de ter assistido 2 minutos de TV Grobu.

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